As denúncias não param de pipocar, e as crises no ministério da presidente Dilma Rousseff se seguem umas às outras. Carlos Lupi pode ter ganhado algum tempo à frente da pasta do Trabalho, mas sua permanência está condicionada a não surgirem novos fatos.
De todo modo, sua substituição é dada como certa a partir de fevereiro ou março, para quando é esperada uma reforma ministerial.
Enquanto Lupi agoniza, é comentário corrente entre jornalistas e observadores privilegiados que o próximo alvo seria o ministro das Cidades, Mário Negromonte, que enfrenta desavenças dentro de seu próprio partido, o PP.
Com a crise econômica internacional mantida, por ora, a uma distância mais ou menos segura do Brasil, Dilma tem mantido a salvo tanto sua popularidade quanto a capacidade do governo de fazer avançar sua fraca agenda no Congresso apesar de já ter tido cinco auxiliares de primeiro escalão abatidos por denúncias --e um sexto, Nelson Jobim, que saiu por incompatibilidade política.
'Na verdade, ela está ganhando com esses episódios, passando a imagem de moralizadora. A opinião média é que ela está limpando o que o antecessor deixou', diz um profissional de pesquisas de opinião pública com clientes na oposição e na situação.
O sociólogo Antônio Lavareda, que faz levantamentos para o PSDB, partilha da mesma análise. E os números a confirmam, embora nenhum dos grandes institutos tenha realizado pesquisas depois da queda do ministro Orlando Silva, no fim de outubro.
A mais recente é a do Ibope, cujas entrevistas foram feitas entre 16 e 20 de setembro, quando já haviam caído Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo).
O que se viu é que Dilma manteve bons números. A avaliação do governo ficou estável --o índice de ótimo/bom, que em junho era de 48 por cento, passou para 51 por cento, próximo dos 56 por cento de março, quando os resultados ainda eram influenciados pelas expectativas de início de governo, conforme observa Márcia Cavallari, diretora-executiva do Ibope.
Em setembro, a avaliação pessoal da presidente estava em 71 por cento, reaproximando-se do índice de março (73 por cento), depois de ter chegado a 67 por cento em junho.
Márcia considera cedo para dizer que Dilma tem ganhado popularidade com as crises, pois a série ainda é curta. Mas é certo que a presidente tem atingido um público que era refratário ao ex-presidente Lula: os eleitores mais instruídos e de melhor renda.
A imagem de intolerante à corrupção, ainda que Dilma tenha se mostrado mais reativa que ativa, certamente é o motor desse movimento.
Uma pesquisa feita por Lavareda para os tucanos, também em setembro, indicou que, para 40 por cento dos entrevistados, Dilma está disposta a combater a corrupção. Para outros 40%, ela faz apenas uma limpeza seletiva.
por Fábio Santos
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