O climatologista da NASA James Hansen foi destaque das manchetes durante a onda de calor ocorrida nos EUA em 1988, declarando, em depoimento ao Congresso e durante entrevistas transmitidas no horário nobre da televisão, que um acúmulo de gases de efeito estufa estava aumentando a probabilidade de extremos climáticos. Agora, com boa parte dos Estados Unidos fervilhando em um outro verão tórrido e o Centro-Oeste sofrendo uma seca histórica, Hansen, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, em Nova York, afirma que o futuro previsto por ele chegou.
"A imprevisibilidade climática está alcançando um grau tão elevado que qualquer pessoa perspicaz com idade suficiente para lembrar de como estava o clima de 1951 a 1980 deve reconhecer a existência de alterações climáticas, especialmente no verão", dizem Hansen e sua equipe em um artigo intitulado "Percepções das Alterações Climáticas", publicado em 6 de agosto.
Poucos dias antes, em 1º de agosto, os senadores republicanos haviam desafiado os climatólogos tradicionais quanto à possibilidade do aquecimento global antropogênico em uma audiência em Washington, ressaltando o insistente divisor da política climática. Assim como fez 24 anos atrás, Hansen se envolveu com o debate, antecipando a publicação de seu estudo com um artigo de opinião publicado no jornal The Washington Post.
A equipe de Hansen usou como base de referência registros sazonais das temperaturas registradas entre 1951 e 1980, um período de um clima relativamente estável, então analisou a frequência e a escala de temperaturas anômalas subsequentes. Em média, concluiu a equipe, o mundo se aqueceu em apenas cerca de 0,5 a 0.6 graus Celsius desde aquela época, mas a mudança teve um impacto significativo em muitas partes do mundo.
Verões extremamente quentes – aqueles classificados com cerca de 3,5 graus Celsius a mais do que a média – afetaram cerca de 10 por cento das terras do mundo desde 2006, uma ordem de magnitude maior do que durante o período de 1951 a 1980.
O estudo não é o primeiro a mostrar uma ligação entre o aquecimento global e as condições meteorológicas extremas, mas vai muito além de seus predecessores, concluindo que os gases de efeito estufa, por conta própria, são responsáveis pelos verões quentes e as ondas de calor. "A probabilidade que esses eventos tivessem ocorrido sem o aquecimento global é minúscula", diz Hansen.
Fonte:msn
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