um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim..."
Mario Quintana.
Minha avó tinha quase 96 anos! Estava uma velhinha lúcida e adorava conversar e ler poesia. As imagens que tenho de criança (quando lembro de lembrar da minha avó, ela já tinha mais idade do que tenho hoje!),
era de uma senhora que sempre me encheu de carinho, sempre me cuidou e sempre se mostrou paciente com minhas traquinagens de criança. Adorava ser o seu motivo de orgulho! Seu neto querido!
Lembro que quando escrevi meu primeiro poema, ali por volta dos dez anos de idade, ela fez questão de ler e de incentivar-me! Já era religiosa e sua crença e apego a Deus, conduziu boa parte da família ao caminho do senhor. Mas, acima de tudo, soube respeitar à minha decisão quando deixei de ser evangélico!
Sentia, chorava e sonhava por mim, me dando abrigo em sua casa, sempre quando eu queria ir passar férias distante da minha casa. Apesar de ter estudado pouco, sempre me incentivou a estudar muito!
A ela dediquei, meu primeiro livro de poemas e cheguei a mostrar-lhe meus primeiros poemas eróticos quando enveredei por este caminho a partir dos vinte anos. Lembro da minha avó setentona chocada com minhas palavras e dando a sua sincera opinião sobre versos tão ousados.
Tentei fazer com que ela fosse ao lançamento do meu primeiro livro, mas ela já com mais de oitenta anos, vivia reclusa em sua casa na velha Salvador. Adorava saber das coisas do passado pela sua ótica. Sempre que podia, passava em sua casa para levar alguns dedos de prosa. E nessas ocasiões, sempre falávamos de poesia.
Enfim, quero agradecer a todos que me enviaram e-mails e dizer que seguirei "tocando em frente" e que como diria o poeta, levando esse sorriso porque já chorei demais!
By @mistersampa.
Lindo depoimento de vida!
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