quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Anvisa proibirá uso de três remédios para emagrecimento no país



Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, as substâncias mazindol, femproporex e anfepramona, podem ter efeitos em outras partes do cérebro, causando dependência psicológica e depressão.


Alguns dos remédios mais populares para emagrecimento foram proibidos pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Médicos protestaram contra a proibição, dizendo que vai prejudicar tratamentos.

O não da Anvisa a três emagrecedores começa a valer em dezembro. É o mês de maior procura nas farmácias por causa do verão.

Mazindol, femproporex e anfepramona -- substâncias a base de anfetamina -- serão proibidas. Elas atuam na região do cérebro, chamada hipotálamo, bloqueando dois neurotransmissores. Isso antecipa a sensação de saciedade durante as refeições. O resultado é que o paciente come menos.

Mas, segundo a Anvisa, as mesmas substâncias podem ter efeitos em outras partes do cérebro causando dependência psicológica e depressão. Além disso, podem acelerar o batimento do coração e provocar problemas cardíacos.

Em dois meses, médicos não poderão mais receitar as substância e as farmácias terão que suspender as vendas. O Conselho Federal de Medicina vai questionar a decisão na justiça.

“Nós não temos outra droga no mercado que possa o médico fazer o acompanhamento desse tratamento de obesidade. Isso continua levando a população a um risco imenso”, diz o médico, primeiro-secretário do Conselho Federal de Medicina, Desiré Carlos Callegari.

A sibutramina continua liberada. O medicamento é campeão de procura entre os inibidores de apetite. No ano passado, de 5,6 toneladas produzidas no mundo, três toneladas do remédio foram consumidas no Brasil. O governo decidiu impor restrições.

Para comprar a sibutramina, é preciso levar a receita, que vai ter validade menor: um mês, e não mais 60 dias. Além disso, o paciente terá que apresentar um termo de esclarecimento. É o documento que ele e o médico vão assinar atestando que sabem dos riscos do remédio. Uma via vai ficar com a farmácia, para controle da Anvisa, e a outra com o paciente.

Europa, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Canadá já proibiram a venda de sibutramina. No Brasil, a opção é avaliar o uso controlado da substância e só tomar uma medida definitiva daqui a um ano.

“O que interessa pra gente é ter controle e monitorar o uso agora da sibutramina durante 12 meses aqui no Brasil e evitar que pessoas estejam expostas a produtos que não tenham eficácia e segurança comprovada”, explica o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

Para o professor de direito da FGV, Ronaldo Porto Macedo Júnior, a Anvisa não está errada em intervir na questão, já que é função da agência zelar pela saúde da população. Diz ainda que é normal a polêmica, já que as agências regulatórias brasileiras ainda estão sendo aperfeiçoadas.

“É natural que nessa busca pela medida mais adequada da regulação ora existe um erro por acanhamento, ora por excesso. Não me parece que o Brasil esteja em nenhum extremo nesse ponto de visto. Caminha para um amadurecimento da sua intervenção regulatória”.

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