Após quase perder braço na infância, Fagner chega aos 100 jogos no Vasco
Lateral comemora marca alcançada na vitória sobre o Cruzeiro, revela ainda ter sequelas do acidente que sofreu na infância e cita Beckham como seu ídolo
Titular absoluto e vivendo boa fase, Fagner celebrou sua primeira centena de jogos pelo Vasco no 3 a 0 sobre o Cruzeiro, pela 26ª rodada do Brasileirão. O jogador ganha a vida com os pés, mas os braços é que contam melhor a sua história. Além das várias tatuagens, um drama vivido quando tinha apenas 6 anos. Enquanto brincava com o irmão e um amigo na portaria do prédio em que morava, em São Paulo, se cortou gravemente numa porta de vidro e teve que ser operado às pressas, correndo risco de amputação e de morte.Revelado pelo Corinthians, onde jogou desde as categorias de base e iniciou a carreira como profissional, Fagner foi vendido para o PSV, da Holanda, quando tinha apenas 17 anos. Na Europa, as dificuldades de adaptação, problemas com o técnico e falta de oportunidades para jogar fizeram o jogador voltar ao Brasil para defender o Vasco na Série B, em 2009.
- Eu ligava para a minha namorada e para o meu pai, dizendo que queria voltar. Quando acertamos e rescisão, já tinha encerrado a janela de transferência, e larguei tudo lá. Morava numa casa alugada, e deixei todos os móveis por lá - contou o jogador.
Numa brincadeira entre crianças, no condomínio onde morava com os pais e o irmão, quase um destino trágico. Um corte gravíssimo no braço esquerdo, vários ligamentos rompidos e o risco de amputação. Além disso, segundo informações dos médicos na época, se tivesse demorado mais um pouco até chegar ao hospital, poderia ter morrido, já que perdeu muito sangue.
Durante a recuperação, Fagner percebeu que seu braço começou a encolher. Com isso, descobriu que na cirurgia feita às pressas, os ligamentos não foram reconstituídos corretamente, e teve que passar por mais uma operação. Mais seis meses se recuperando, e enquanto não ficava bom, o garoto até aprendeu a jogar videogame com os pés.
- Para uma criança de 6 anos, ver seus amigos e irmão jogando e não poder jogar é difícil, né? Então criei um jeitinho ali, jogava com o pé, e ficava apoiado na cama - contou o jogador.
O pai e o irmão do jogador, Calixto e Fabio, respsctivamente, voltaram ao local do acidente e se emocionaram ao lembrar do episódio, que poderia ter terminado com um final trágico.
No dia a dia, o lateral conta que as pessoas não percebem, mas ele não consegue fechar a mão esquerda muito bem, e também não tem muita força nos dedos.
- Quando estou na academia, e preciso levantar peso, falta força no finalzinho. Às vezes estou apoiado na mão, e não consigo mexer os dedos também. Hoje nem sei se tem como resolver isso. Se tiver, mais pra frente a gente dá um jeito - revelou Fagner.
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