domingo, 20 de janeiro de 2013

Um singelo gesto do fundo do báu

Ao mestre com carinho...

Surrecital do meio dia - @mistersampa



Proposta do tempo:
Hoje vou ser feliz independente da sabedoria dos afazeres...

Vou encarar o sol
piscar o olho pras nuvens
paquerar a chuva
e soletrar alegria de mãos dadas com a ignorância dos fatos

ser poeta é ser assim
qualquer coisa de inspiração
que mela caneta em papel
só com imagem de coisas passageiras. Uma delícia!

Pena não ser viciado
nessas desavenças de dimensões suspeitas.

A manhã ainda transborda seu cheiro de coruja
mas eu já estou de pé, sentando a mão no tom da brincadeira.

Hoje, meu tempo vai dar na trilha perdida da loucura.
Que posso, (in) significado, sendo semelhança e imagem do que apenas sinto?

Minha crença ainda abala que nem pisada de elefante.
Hoje, meu tempo vai ser ouro. Ah, vai!
Vou luzir intenções de fundo e vai ficar tudo estampado no rosto.

Hoje a hipocrisia toma banho! Ah, toma!
Pego meu compasso desenho uma reta e faço furo com antecedência,
bem no meio da hora imprópria.

Ser feliz é pouco disso: brincar com a percepção alheia.
Hoje! Somente hoje, vou apelidar meu tempo de dia. Somente hoje!
Esse dia até daria poema. Ah, daria!
Bastaria palavrear o mote.

Hoje eu (ex) tou viajando, viajando...
A cabeça num caminhão, o corpo pelo caminho
e o coração ocupando uns trezentos carros
que nem Manoel de Barros.

Esse meu deslimite, ocorreu num final de madrugada da década passada, por volta do ano de 2004. Dentre tantos outros deslimites, acordei certa noite me sonhando passanrinho e com tanta liberdade à minha disposição, fui construir minha metáfora. Pensei em Manoel de Barros e na forma como, ele sempre adoçou sua poética de forma inusitada e surpreendente. Me deixei levar e acreditei que podia me dar ao deslimite, que podia sonhar em ir tão longe, passarinho que sou, menino enjoado...

Esse poema era inédito até hoje e descansou inerte por pouco mais de oito anos na paz dos arquivos não consultados.

2 comentários:

  1. "Porque tu sabes que é de poesia minha vida secreta"

    Hilda Hils

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  2. É bem por ai! Mas no meu caso, essa minha vida secreta tornou-se pública ao lançar meu primeiro livro de poemas. Sou escritor tb! Pronto, falei! kkkkkkk

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