Bloqueio de
proteínas reduz tamanho de tumor e inibe formação de metástases, atrasando o
progresso da doença.
Cientistas norte-americanos conseguiram
identificar proteínas que atuam no crescimento de tumores e na formação de
metástases (quando células cancerosas saem da sua localidade primária e se
instalam e outro lugar). Ao bloquear essas proteínas, por meio de medicamentos
específicos (ainda por desenvolver), seria em princípio possível impedir a
progressão do câncer.
Testes com ratos, feitos por cientistas da Universidade Columbia (EUA), indicaram que o bloqueio de duas proteínas, "RAGE" e "amphoterin", deixou as células cancerosas "dormentes", detendo o progresso do tumor.
"Aplicado a outros tratamentos usados para reduzir o crescimento do tumor, a técnica pode aumentar o benefício de terapias anticâncer", escreveram os cientistas na revista "Nature".
A proteína RAGE atua em vários sistemas do corpo, inclusive em processos de inflamação e em doenças como diabetes e mal de Alzheimer. Por ser um receptor (espécie de fechadura), a RAGE é ativada quando encontra a sua "chave" -a proteína amphoterin. No cérebro, as duas proteínas têm a função de controlar o crescimento de neurônios.
Uma vez acionada, a combinação RAGE-amphoterin promove uma série de mudanças químicas nas células, alterando seu comportamento. Os cientistas partiram da hipótese de que a ligação RAGE-amphoterin poderia estimular a migração das células cancerosas e a invasão de outros tecidos pelas mesmas, resultando em metástases.
"Ao bloquear as interações entre as duas
proteínas, foi possível comprovar que houve redução no crescimento de tumores e
a eliminação quase total de metástases em ratos", disse a pesquisadora
Anne Marie Schmidt.
Confirmação em humanos
Os pesquisadores querem investigar melhor os
efeitos do bloqueio das proteínas e testá-lo nos mecanismos anteriores à
instalação da metástase.
Embora os cientistas considerem essa descoberta um novo alvo para medicamentos, o estudo ainda precisa ser confirmado em humanos. "Não sabemos ainda se o resultado será o mesmo em humanos", disse Schmidt.
Novos medicamentos ainda demoram
A aplicação dessa descoberta dependerá do desenvolvimento de drogas capazes de bloquear as proteínas RAGE e amphoterin. No estudo publicado na revista "Nature", a pesquisadora Anne Marie Schmidt, da Universidade Columbia, nos EUA, testou várias formas de bloquear a RAGE e a amphoterin em três tipos de ratos com câncer.
Schmidt testou anticorpos específicos contra a RAGE e contra a amphoterin. Outra forma foi introduzir nos ratos formas defeituosas da RAGE. Testou também substâncias para bloquear a RAGE, impedindo que a amphoterin se ligasse a ele. As três formas foram eficientes, mas sua transformação em medicamentos seguros pode consumir anos.
"Bloquear a interação das proteínas impediu o desenvolvimento de tumores, sem efeitos colaterais, nos três tipos de ratos", informaram os cientistas.
Reduções significativas no tamanho do tumor foram observadas em ratos após 21 dias. Schmidt afirmou ainda que o uso simultâneo de anticorpos específicos contra RAGE e amphoterin funcionou melhor do que o uso individual de cada um dos compostos. As drogas eram administradas uma vez ao dia.
A pesquisa testou também em laboratório e em animais a ação desse tratamento em outros tipos de câncer.
O estudo indicou que a administração dessas
terapias inibiu também a formação de um tipo de câncer de pele em ratos
estimulados geneticamente para desenvolver a doença.
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